Alberto Morais Afonso
Alberto Morais Afonso nasceu em 12-06-1885 em Santo Ildefonso, na cidade do Porto, e faleceu em 1-06-1965, em Lisboa. Era filho de Carlos Augusto dos Santos Afonso e de Maria da Conceição Morais. O pai, professor do ensino livre e conhecido pedagogo, autor de uma série de obras didáticas para o ensino técnico comercial e industrial, chegou a ter um colégio de ensino particular.
Após quatro anos de preparatórios, Alberto frequentou o Instituto Industrial do Porto (1903 e 1906). Sua mãe era a mais velha dos seis irmãos Cunha Morais que fundaram uma importante fábrica de fiação, linhas e nastros, em Crestuma, junto ao Douro. O sucesso do empreendimento dirigido por seu tio Augusto César da Cunha Morais terá determinado a orientação escolar de Alberto, prevendo-se o futuro do sobrinho na gestão da fábrica.
Alberto casou em 1-05-1913 com Clotilde dos Santos Seabra, filha de pais portugueses, nascida (16-08-1894) em S. Paulo, no Brasil, e tiveram uma única filha, Aura (19-02-1913). Alberto exercia, então, as funções de guarda-livros, na progressiva atividade comercial e industrial do Porto. Esse ambiente urbano e familiar levara-o a criar uma pequena fábrica de mobiliário por ele desenhado. Alberto era exímio a desenhar, arte que praticou ao longo da vida a par da fotografia, impulsionado por outro tio materno – José da Cunha Morais – conhecido mestre da fotografia portuguesa, um dos primeiros fotógrafos de Angola (1877-1894), discípulo e sócio do célebre fotógrafo Emílio Biel, fundador da “Casa Biel – Fotografia da Casa Real”, no Porto.
Em 1928, quando sua filha apresentou preocupantes sinais de primo-infeção pulmonar, Alberto decidiu fazer tudo para salvá-la. Levou-a a Paris à consulta de médicos especialistas e instalou-a na Estância Sanatorial do Caramulo, onde permaneceu até 1930. Depois, por conselho médico, a família passou a residir em Viseu (1931), onde os bons ares e os serviços de saúde garantiam a recuperação de Aura que veio a casar, nessa cidade, com Rogério Leitão Cardoso. A continuada permanência em Viseu levou-o ao abandono de toda a atividade na cidade do Porto e a renunciar a qualquer gestão na fábrica da família. Viveu em Viseu até 1961, ano em que passou a residir em Lisboa na companhia da filha, genro e netos. Foi durante os anos passados em Viseu que Alberto Morais Afonso deu largas à sua veia humorística, escrevendo todas as “Cartas e Contos” agora publicados.